sábado, 25 de setembro de 2010

Rocha e metal

Ergueu-se um marco, fixou-se com modernos cravos uma placa que, em cada letra das frases contidas, traz consigo um pouco da história do quadro pintado com suor e lágrimas de anjos disfarçados de enfermeiros, trabalhadores da saúde, e que em um dado período da cinzenta e obscura história recente da Santa Casa de Misericórdia, deram a sua parcela de contribuição para a consolidação do processo de recuperação do nosocômio. Ali, na praça, eterna praçinha da bandeira, para alguns será sempre uma pedra e uma placa. Porém, para outros, e principalmente, aos que se dizem verdadeiramente santanenses, será o norte, o foco, e o fator preponderante a reinar e pairar na lembrança de quem deseja um hospital forte e cada vez mais nosso. Mesmo que tantos, e muitos destes, bons, esqueçam da necessidade do cumprimento do seu papel, e da revitalização permanente do sentimento de pertença, a pedra e a placa estarão lá. Rocha e metal. Comunidade e hospital.

sábado, 12 de junho de 2010

Comunidade, uma equação matemática

Comunidade. Substantivo feminino. Qualidade de comum.O corpo social; a sociedade. Grupo de pessoas submetidas a uma mesma regra religiosa. Local por elas habitado. O conjunto das populações animais e vegetais que coexistem numa mesma região; biocenose, tudo isso de acordo com o dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. Mas, comunidade, na verdade, é bem mais do que isso. Comunidade, a junção de duas palavras simples, comum + unidade, deveria representar bem mais para alguns grupos do que para outros. Na verdade, comum+ unidade, deveria ser o símbolo da principal luta daqueles que, na grande maioria dos casos, detém o poder, seja financeiro ou político, e que poderiam promover as mudanças necessárias para o restante da sociedade. Basicamente, há uma diferença que precisa ser notada todas as vezes que o inverno se aproxima, e aí alguém pergunta, mas o que tem a ver o inverno com o significado de comunidade ? Simples, é chegada a hora de ser, simplesmente ser, solidário. Eis o porque da necessidade de entender o que significa comum + unidade. Senão, vejamos: Quando desejamos melhorias de vida para o nosso semelhante, estamos também pleiteando que este passe a ser melhor aceito na comunidade em que vive. Ora, se este semelhante não tem as melhores condições para sua ascensão, é normal que alguns façam a chamada caridade, doando roupas, alimentos, e entendendo que melhor vestidos ou, alimentados, serão melhor visualizados no grande grupo que costumamos chamar de comunidade ou, sociedade. A isto chamaremos por enquanto de teoria da oportunidade. Ou seja, faço com que ele se pareça melhor, para que todos pensem que sou solidário e, pronto, está garantida uma pequena parcela do meu terreninho no céu. Simples, a matemática não falha. O senhor se torna tanto mais senhor quanto mais o servo internaliza em si o senhor, o que aprofunda ainda mais seu estado de servo. Com humor comentou Frei Betto: "em cada cabeça de oprimido há uma placa virtual que diz: hospedaria de opressor". Quer dizer, o opressor hospeda em si oprimido e é exatamente isso que o faz oprimido. A libertação se realiza quando o oprimido extrojeta o opressor e ai começa então uma nova história na qual não haverá mais oprimido e opressor mas o cidadão livre. Livre será o cidadão que compreender que mais importante que fazer solidariedade, é ser solidário. Livre será o cidadão que entender que a construção de um futuro melhor, se dá quando todas as barreiras que impedem que a aproximação entre os seres, se dê de forma natural e não para que qualquer tipo de proveito seja retirado. Nesse dia, então teremos o sentido repleto e completo da soma entre duas palavras: comum + idade. Nesse dia, essa soma resultará em: COMUNIDADE, simples como matemática.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Deserto...

Nós sabemos que o mal não prevalecerá. Todas as circunstâncias que hoje são contrárias, todas as mazelas sociais que nos cercam, todo desamor e injustiça em breve terão fim.

Existem momentos de deserto em nossas vidas, os quais fazemos de tudo para não passar.
Ligamos para uns, escrevemos para outros.
Mendigamos por migalhas de amor e carinho, bastaria as vezes um afeto.
Nos enganamos, fingimos que as pessoas estão interessadas em nós quando na verdade centralizam tudo nelas mesmas.
Viramos objeto de cobiça, de endeusamento, de bajulação e por fim de maus tratos.
Tudo isso claro, com a nossa permissão.
Deixamos o outro invadir nossa vida, nossa mente, nosso corpo, nossa alma e espírito.
Nos violentamos por não aceitarmos o deserto, por não querermos ficar só.
Deserto, tempo de ficar só. O deserto é um lugar de escassez, onde os elementos vitais, como água e alimento, características básicas, quase não existem. Depende do ponto de vista, do ângulo que se olha. Deus nos ama e quer falar conosco, por isso nos leva a um deserto. Isso não parece antagônico?
Em um deserto não temos tempo pra vaidades, o que nos parecia fundamental sob a ótica do deserto vira futilidade. Basta o essencial, a palavra diz por si só: Essência.
Só há um deserto que não é bom na vida de uma pessoa: o deserto da quebra de valores, princípios, o deserto do pecado, da rebelião, do coração distante de Deus.

Deserto:
Tempo de ser alimentado só por Deus e não por homens.
Tempo de ouvir e não de falar.
Tempo de se dar tempo ao tempo.
Tempo de ser fortalecido e curado.
Sarado por Deus das mazelas que o mundo e o próximo nos causa.
Como é difícil ser amado!
Amar?
Amar é fácil. Você se entrega, se dá, torna as suas 24 horas em 48 h por esperar aquele telefonema, aquele torpedo...
Você não se importa com a saúde física nem mental, o corpo perece abatido.
Só que devemos lembrar que o alimentar do corpo e da alma não pode ficar a mercê do outro.
Lembremos que mesmo que o outro não nos queira, não nos ame, sobreviveremos.
Em meio ao deserto tem o oásis. Água fresca e palmeiras para sombrear tão forte sol.
Amor é algo que só é possivel doar quando se tem. Se o outro não tem pra si mesmo como vai ter pra nos ofertar?
Que possamos passar pelos desertos da vida sem perecer mas sairmos de lá mais fortalecidos.
Em paz conosco e com o universo.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Esperança...sim, eu tenho...


Quando a gente de um jeito ou de outro, consegue realizar os próprios desejos, é coisa muito boa. Mas melhor ainda será realizá-los junto com a pessoa amada.

A lição de um beija-flor


Uma floresta muito bonita onde moravam vários animais, desde o destemido Leão, o rei dos animais, ao mais simples beija-flor.

O leão era muito respeitado diante de todos os outros animais e dizia-se
muito corajoso, achando que era mais importante do que os outros ao seu
redor.
Certo dia, a floresta pegou fogo, destruindo-se em vastas chamas. Todos os
animais que ali moravam, começaram a fugir desesperados.
O destemido leão foi o primeiro a bater em retirada e, sem perceber, acabou
pisoteando e machucando o pequeno coelhinho que também tentava fugir do
enorme fogaréu. Mesmo assim, o leão não voltou para socorrê-lo. Quando
chegou mais adiante, o leão avistou o humilde beija-flor que voltava do lago
em direção à floresta, trazendo um pouco de água em seu pequenino bico. Sem
entender a razão pela qual o beija-flor
voltava para a floresta em chamas, ele perguntou:

- Beija-flor, para onde você vai? Não viu que a floresta está pegando fogo?!

O beija-flor então respondeu:
- Eu vou tentar apagar o incêndio.
- Você acha que com este pouquinho de água que está carregando em seu bico,
você vai apagar o incêndio ? Retrucou o leão.
O beija-flor respondeu:
- Bom, senhor leão, eu não sei se vou conseguir apagar o incêndio mas, pelo
menos, estou fazendo a minha parte.
Se todos ajudassem, nem que fosse com o pouco que pudesse, conseguiríamos
apagar a enorme chama que destrói nossa floresta.

sábado, 21 de novembro de 2009

E viva a sanidade louca !!!


"Dizem que sou louco....mas louco é quem me diz, que não é feliz..."

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Os Repórteres

Aê moçada. Quem quiser pode ficar à vontade para acessar o site d'os repórteres e ficar por dentro das últimas aqui de Sant'Ana do Livramento. O endereço é: www.osreporteres.com
Vai lá !!!

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

UM CERTO….Poeta !!!

Poeta

Eis aqui senhores, o mais novo integrante da família Maciel, Poeta. Labrador fantástico e que simplesmente roubou todas as atenções desde o primeiro momento que cruzou pela porta da minha casa. Depois desta experiência, que aliás, está sendo fantástica, o mínimo que posso dizer é que quem quer rir muito com um companheiro fiel e inteligente (está entre os dez cães mais inteligentes do mundo), é: COMPREM UM LABRADOR !!!

COISAS DA TERRA SANT’ANA

Pois vejam os senhores. Depois de muito brigar, um juiz resolveu escrever, em forma de poesia, o voto relacionado ao julgamento do pedido de danos morais após uma série de acusações entre dois tradicionalistas conhecidos em Livramento. Belos versos do juiz, será que ele não quer investir na carreira ?

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Segue a festa...

“Vamos lá rapaziada, tá na hora da virada....”. Se a minha memória, que nunca foi lá essas coisas, não estiver me traindo, esse é um pequeno trecho de uma música da rainha do samba, Beth Carvalho. A matriarca do partido alto já cantava esse tema nos anos oitenta anunciando coisas novas.

Por falar em volta ao tempo, resolvi fazer uma reflexão e comparar tudo o que aconteceu neste planeta desde o meu nascimento. Sim, desde o meu nascimento senhores. Vejamos. Nasci em 1974, fevereiro, Carnaval, um outro século. Naquele ano, a ditadura reinava nesse país. Vamos a uma lista de fatos interessantes daquele período até bem pouco tempo atrás ?

1974 - O americano David Kunst termina a primeira volta ao mundo feita a pé. Ele gastou 21 pares de sapatos e demorou 4 anos para completá-la. (05/outubro/1974).

1977 - Pelé fez sua última partida como jogador profissional. Na despedida, ele marcou um gol de falta na vitória do Cosmos, de Nova York, por 2 a 1 sobre o Santos, time que projetou o jogador. (01/outubro/1977).

1978 - O presidente Ernesto Geisel assina um documento que revogava o Ato Institucional nº 5 a partir de janeiro do ano seguinte. O AI-5, lançado em 1969, foi o instrumento mais severo durante a ditadura militar. (13/outubro/1978).

1978 - O cardeal polonês Karol Wojtyla é eleito papa da Igreja Católica. João Paulo II, nome adotado, foi o primeiro papa não-italiano em 456 anos. (16/outubro/1978).

1979 - Pela primeira vez um Papa, João Paulo II, entra na Casa Branca, residência dos presidentes norte-americanos. (06/outubro/1979).

1978 - O Congresso Nacional elege o general João Baptista Figueiredo presidente da República. (15/outubro/1978).

1979 - O jornalista Fernando Gabeira lança o livro O que é isso, companheiro?, que se tornou filme e concorreu ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. (31/outubro/1979).

1980 - Começa a funcionar nos Estados Unidos o primeiro serviço bancário por computador, chamado de home banking. (09/outubro/1980).

1984 - A primeira-ministra indiana Indira Gandhi é morta a tiros por membros de sua guarda de segurança enquanto andava no jardim de sua casa. (31/outubro/1984).

1986 - Vazemento de 22 mil litros de água radioativa de uma das usinas de Angra dos Reis. A fato levou pânico a população de Angra e Paraty. (08/outubro/1986).

1988 - A URSS acaba com a usina de Chernobil. (09/outubro/1988).

1988 - O presidente José Sarney embarca para uma visita oficial à União Soviética, a primeira de um dirigente brasileiro ao país. (14/outubro/1988).

1989 - O presidente José Sarney sanciona a lei do divórcio. (17/outubro/1989).

1990 - Um milhão de alemães festejam em Berlim a unificação do país. Passa a ser comemorado anualmente como "Dia da Unidade". (03/outubro/1990).

1992 - A polícia brasileira reprime um motim na penitenciária do Carandiru, em São Paulo. Morreram 111 presos. (02/outubro/1992).

1992 - Um avião supersônico Concorde francês dá a volta ao mundo em 32 horas e 49 minutos, estabelecendo um novo recorde. (13/outubro/1992).

1993 - O Conselho central da OLP rartifica o acordo de paz com Israel e decreta Yasser Arafat como autoridade máxima palestina. (11/outubro/1993).

1993 - Morre Federico Fellini, cineasta italiano. (31/outubro/1993).

1994 - Fernando Henrique Cardoso vence as eleições gerais no Brasil, com 54,3% dos votos. (03/outubro/1994).

1996 - Queda de um avião da companhia aérea TAM, em São Paulo, matou 99 pessoas. (31/outubro/2996).

1997 - O papa João Paulo II chega ao Rio de Janeiro para sua terceira visita ao Brasil. (02/outubro/1997).

1999 - Nasce o indivíduo seis bilhões do planeta Terra. (12/outubro/1931).

Século 21:

2001 - Registrado o primeiro caso de antraz nos Estados Unidos. A vítima é Robert Stevens, de 63 anos, editor de fotos do semanário The Sun. Ele morre no dia seguinte. (04/outubro/2001).

Muito bem. Alguém aí leu alguma notícia interessante relacionada aos negros ? Ah sim, tem uma, a que fala do fim da carreira do Pelé. Algum fato político importante relacionado aos negros e negras desse planeta ? Pois é, não. Enfim, a justiça tarda mas não falha. Demoramos tempo demais para poder comemorar e ver renovada a esperança por dias melhores. Viva a democracia, arma capaz de mudar a história. A chegada de Barak Obama ao poder na maior potência da terra. Ver um negro assumir o poder e deixar perplexa uma multidão de pessoas inconformadas (os contrários...hehehe), é lavar a alma e acreditar sim que Deus não deve ter reservado o fim dos dias contrariando especialistas que insistem em afirmar a terra ira acabar em uma imensa bola de fogo. Bem, estamos assistindo a um momento ímpar, um divisor de águas, é preciso celebrar.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Eles chegaram lá, em primeiro



“I had a dream”, ou simplesmente, “Eu tive um sonho”, frase do discurso memorável de Martin Luther King em 25 de agosto de 1963. Naquele tempo, era preciso empreender lutas cada vez mais rígidas contra o preconceito racial cada vez mais vivo nos Estados Unidos da América. Tempos de luta romântica, porém, necessária para os resultados sonhados por líderes como King, Ghandi e outros. Rosa Parks, a mulher negra que se recusou a dar lugar a um homem branco em um ônibus e que, segundo historiadores, pode ser considerada a grande responsável pelo estopim da luta contra o preconceito racial, talvez não imaginasse que passados quarenta e cinco anos, o mundo seria um lugar digamos, diferente para os negros.

Ora senhores, quem um dia iria imaginar que um inglês e um americano iriam juntos, em um intervalo de três dias, ter a coragem de chocar o mundo, principalmente o mundo branco, com a sua ousadia. Quem foi que permitiu a eles ter a coragem de enfrentar os poderosos olhando na mesma linha dos olhos, sem baixar a cabeça e deixando claro os seus objetivos? Sim, um tal de Lewis e um tal de Barak. Provenientes de diferentes mundos, mas com os mesmos objetivos, ou seja, chegar em primeiro. E chegaram. Agora vem o mundo questionar a capacidade desses moços achando motivos aqui ou ali para dizer, de forma disfarçada, que sua capacidade deve-se ao fato de terem por trás de si grandes estruturas. Ora, se fossem cidadãos brancos teria recaído sobre seus ombros o mesmo par de dúvidas? Será que o sonho de King e Ghandi ainda está longe de se tornar realidade?

Ah esses atrevidos. Será que eles não sabem que é proibido enfrentar um mundo projetado para cidadãos de cor branca? Será que se esqueceram de avisar a eles que para os negros os desafios são imensamente maiores? Para o pai de Lewis Hamilton, a emoção de ver o filho campeão do mundo foi demais, aliás, só perdeu ao ver tantas manifestações de racismo, inclusive no Brasil. Para Barak Obama, a luta começa somente agora. Será preciso derrubar mais e mais barreiras e provar que dignidade não tem cor. Ah esses atrevidos que hoje nos fazem rir à toa. Talvez não partilhemos das mesmas idéias. Talvez, por vivermos em universos diferentes e países com culturas singulares, não tenhamos nada em comum. Talvez. Mas, com certeza, nossa cor, negra sim senhor, é a nossa bandeira mais forte e, tanto aqui quanto lá, a dor do preconceito e de saber da necessidade de provar ter capacidade todo o santo dia, é o gás que nos movimenta, o ar que nos faz respirar, o alimento do nosso espírito e que nos dá a certeza da capacidade que possuímos. Enfim, somos negros senhores e estamos cada vez mais no topo, mas não se preocupem e não se ofendam, aliás, ofender não é a nossa praia. Aprendemos que o respeito, a paciência e o tempo, são a resposta para todas as desigualdades. Ave Obama. Ave Hamilton.


quarta-feira, 9 de abril de 2008

Pérolas aos porcos

Segundo o dicionário Aurélio, humildade significa virtude que nos dá o sentimento da nossa fraqueza; modéstia, pobreza; respeito, reverência; submissão. Modéstia significa ausência de vaidade; despretensão, desambição, simplicidade; reserva, pudor, decência, gravidade, compostura ou moderação, sobriedade. Ainda há no mesmo dicionário, palavras como caráter (de bom feitio moral; de boas e sólidas convicções) e simplicidade (qualidade do que é simples, do que não apresenta dificuldade ou obstáculo; naturalidade, espontaneidade, elegância; caráter próprio, não modificado por elementos estranhos; forma simples e natural de dizer ou escrever; elegância; ingenuidade, desafetação; sinceridade, franqueza. Para dizer a verdade, a grande pergunta a ser feita é: será que o exercício diário desses hábitos, que podem ser adquiridos ou treinados, está sendo feito regularmente pela maioria da população? Provavelmente não. As provas estão claras como a água, basta apenas um exercício leve de observação de conduta para perceber que poucos são aqueles que conseguem morrer da mesma forma como nasceram, ou seja, desprovidos de vaidade (qualidade do que é vão, ilusório, instável ou pouco duradouro; desejo imoderado de atrair admiração ou homenagens; vanglória; presunção, fatuidade; coisa fútil ou insignificante; frivolidade, futilidade, tolice). Um breve olhar à volta basta para perceber a transformação sofrida por alguns homens e mulheres que, travestidos de senhores da verdade absoluta, reinam em palácios públicos com se donos desses fossem. Ora senhores, donos do que? Alguns acreditam ser donos do mundo, ser a mão que balança o berço, ser a roda essencial, ou como dizem os populares, a última bolachinha do pacote. Quanto engano. Mal sabem eles o que dizem as bocas santas ou malditas do povo. Sim o povo. Formado por aqueles que detêm, na grande maioria das vezes, o poder de dizer, quase sempre com razão, a verdade, essa sim, absoluta. Infelizmente, muitas vezes sufocada por alguns trocados ou por restos que servirão para alimentar suas almas, estômagos e corrompê-los. Ainda há que ter fé no povo, nas pessoas simples, na esperança de modificar o panorama. Dias melhores sempre vem, e como vem. Já dizia uma certa ministra há anos atrás, antes de pôr a mão na poupança alheia: No fim tudo acaba bem; se ainda não está bom, é porque o fim ainda não chegou. Sábias palavras, por mais irônico que seja, já que seu fim não foi tão bom assim. Enfim, existem outras palavras no dicionário, tidas como de menor importância, já que o que basta é o poder a qualquer custo e, atropelar os outros para consegui-lo é o que importa. Que tal honestidade (qualidade ou caráter de honesto; honradez, dignidade; probidade, decoro, decência; castidade; pureza; virtude, ou quem sabe sinceridade (qualidade de sincero; franqueza, lealdade, lhaneza, lisura; boa-fé)). Será que Aurélio Buarque de Holanda, o homem que reuniu em uma obra única, as palavras mais ditas na linguagem popular brasileira, poderia um dia imaginar que dentro dos seus dicionários, estariam estas pérolas? Certamente não. Então, que tal finalizar o texto com a mais bela de todas, pelo menos para aqueles que são desprovidos de sentimentos ruins? Que tal felicidade (qualidade ou estado de feliz; ventura, contentamento; bom êxito; êxito, sucesso; boa fortuna; dita, sorte).

terça-feira, 18 de março de 2008

Tchê Guri é o mais novo contratado da ACIT


A gravadora ACIT tem o prazer de informar que o Tchê Guri, um dos grupos mais talentosos e simpáticos da música gaúcha, é o seu mais novo contratado.
E o grupo volta à casa em grande estilo, com CD e DVD a serem gravados em Canoas, no dia 30 de abril, durante a Festa do Trabalhador. A entrada será franca e os fãs terão a oportunidade de conferir o grupo interpretando músicas inéditas, regravações de sucessos nacionais e também da carreira do Tchê Guri.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Crianças ou escudos?

Tenho escutado nos últimos dias perguntas vindas de todos os lados a respeito dos fatos que ocorreram no último dia 06 de março quando 900 camponesas, todas ligadas a Via Campesina e a MST, invadiram a fazenda Tarumã, em Rosário do Sul, de propriedade da Sotora Enso. Pois bem. As discussões que seguem dão conta de que as mulheres não deveriam ter levado os seus filhos para participar dos protestos, que crianças inocentes não têm absolutamente nada a ver com os problemas dos seus pais, que deveriam estar na escola ao invés de servir de protetores das agressões justamente daqueles que deveriam protegê-los. Quanta coisa não é mesmo? Pois é. A verdade é que poucos se esquecem de dizer que aqui mesmo em Sant’Ana do Livramento, existe pelo menos uma escola que possui um histórico de casos de discriminação com relação a essas mesmas crianças, vocês sabiam disso? Tentem entrevistar adolescentes matriculados na rede pública de ensino e perguntem a eles como são tratados em suas respectivas salas de aula. Não estou defendendo a atitude das mães que levaram seus filhos para uma situação onde sabia que havia uma possibilidade muito grande de conflito. Não senhores, não se trata disso. Pelo contrário, estou apenas querendo que fique bem claro o seguinte: como é possível alguém manifestar repúdio contra as mães dizendo que estas colocaram seus filhos em risco se em outra situação, aqueles que atualmente criticam foram os grande patrocinadores de racismo. Será que eles se esqueceram que todo o ódio que é transferido para aquelas que hoje são crianças inocentes pode ser transferido novamente para eles em um futuro próximo quando essas crianças tornarem-se adultos? É preciso lembrar que essas crianças irão crescer e continuarão morando exatamente aqui, em Sant’Ana do Livramento. Lembre-se disso senhores.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Entre dores e desamores

Ah o cotovelo... maldito sejas tu, ó pobre coitado cotovelo. Duvido aquele que consiga lamber o próprio sem precisar fazer algum tipo de malabarismo de outro mundo. Duvido. Bem, existem aqueles que preferem lamber o cotovelo dos outros, afinal de contas, é mais fácil já que não há espaço suficiente para lamber o seu. Acho incrível a capacidade que alguns elementos possuem, principalmente aqueles que julgam ter inteligência superior (?), pois lêem todos os jornais, escutam todas as rádios, falam vários idiomas (?), viajaram para vários países (?), têm história e histórico para contar (?), de observar, sentados na varanda de casa tomando um chimarrão, cerveja de 5ª categoria ou chá preto disfarçado de whisky, de cuidar, apenas cuidar, o trabalho que é feito pelos outros. Já diria Robin, o famoso parceiro de Batman: Santa imbecilidade. Ah, desculpem, esqueci que a moda agora é DISCUTIR LIVRAMENTO. Pois bem, concordo em gênero, número e grau, porém, antes de discutir Livramento, como pedem tantos, é preciso discutir a importância dada em excesso para alguns que formam suas opiniões baseadas em opiniões alheias. Falta-lhes a capacidade de criar um raciocínio independente. O que lhes resta? O maldito cotovelo. E como dói um cotovelo ferido. Há quem diga que essa história começou por causa de uma moça que ficava na janela vendo a sua vizinha ter muito sucesso com o namorado, enquanto ela, debruçada, só assistia o inchaço dos seus cotovelos e tecia comentários indesejáveis. Ah, quase esqueço, há uma outra versão para o sentimento apelidado de ciúme que, eu, aliás, prefiro chamar de inveja. É a tal da canela inchada. Vamos à história? Uma outra moça, enquanto assistia a sua vizinha ter sucesso com o novo namorado, só sabia falar mal da vida alheia. A cada nova saída da sua vizinha, sorridente, feliz da vida, pois todos os seus planos estavam dando certo, ela dava um chute na quina de uma mesa qualquer demonstrando claro sinal de raiva, INVEJA (repito) e falta de capacidade para obter o mesmo êxito. Afinal, fácil é ser pedra, o difícil é ser vidraça. Xii, já ia me esquecendo. O carnaval dos hermanos. Ah ta. Cópia chula de gêneros musicais criados em outros países com plágio partiturado desavergonhado. Vamos falar de música? História da música, dos músicos, música latino-americana? Lamentavelmente eu não bebo, caso contrário teria o maior prazer em marcar essa conversa, ao vivo, e garanto que não seria o fim do mundo, em um bar qualquer. Bem, aos que toparem conhecer um pouco mais da história dos gêneros musicais, suas verdades e falsidades, fica o convite. É só marcar o dia e o horário, sem cerveja, é claro...

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Mais Carnaval...

Ah o Carnaval. Que bom seria se os nossos ditos carnavalescos trabalhassem o ano inteiro né? Pois é. Desculpas para que isso não ocorra já não faltam. Uma hora é o desinteresse dos componentes das escolas, outra é a falta de apoio dos governos, outra e a chuva, outra é o frio, o vento, o sol, o dólar, o mercado europeu fechado para a carne bovina brasileira, a ponte fechada na Argentina... ufa, poderia listar mais umas quinze. Enfim... O fato é que, estamos há poucos dias do início da festa profana popular mais importante do país, aquela cuja capacidade de arrecadar recursos para os cofres das escolas de samba e do município possui igual ou maior potencial do que as festas campeiras, por exemplo ,e muito pouco foi feito a respeito. Ah claro, teremos arquibancadas, teremos iluminação, teremos um sistema de som eficiente (espera-se), teremos o apoio incondicional da Prefeitura Municipal. Maravilha. Mas e as escolas? Ah sim, vamos a elas. Iniciaram, em sua maioria, os ensaios há pouco mais de trinta dias. Muitos dos componentes das suas baterias (que, aliás, digo e repito, não merecem até agora levar nota dez), foram colher maçãs na Serra Gaúcha. Fantasias ainda inacabadas. Carros alegóricos por fazer (isso se não chover). Esse ainda é o nosso Carnaval. Está crescendo sim, mas é preciso organizar muito mais. É preciso que as escolas de samba façam a sua parte, pois os organizadores o estão fazendo, e, diga-se de passagem, bem até demais. É necessário criar uma cultura de trabalhar o ano inteiro pára não ficar na dependência dos valores repassados pela Liesa e pela Prefeitura. Não dá mais para ficar no sufoco e ver o crédito nas lojinhas da cidade acabar sem que todo o material tenha sido adquirido. Senhoras e senhores, no sábado começa o mais um Carnaval, por enquanto, esse é o nosso. Deficiente, carente, em fase crescente?

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Irondina e sua cruz



Cada um carrega a sua cruz. Na verdade acho que todos nós carregamos várias cruzes, o difícil é que alguns desistem de suportar o peso e resolvem pedir ajuda a terceiros fazendo com que os outros carreguem, além das suas, as nossas cruzes. Guerreira, iluminada, batalhadora, exemplo, enfim, tudo o que vocês desejarem ela é. Quem ? Irondina Xavier, santanense, 49 anos, aí na foto ao lado, ela está carrando toras de lenha que seriam diminuidas na força dos braços já cansados para serem vendidos posteriormente com o objetivo de alimentar a família com o dinheiro da lenha vendida. O reconhecimento ? sim ela já obteve, de fora da cidade. Irondida recebe no dia 27 de novembro na capital do Estado, o prêmio concedido aos gaúchos que fazem a diferença, assim como ela. Grande pessoa, grande mulher, exemplo de mãe, exemplo de força.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Provocações

Andei um pouco afastado, apenas observando ao redor para ver se era mais fácil provocar ou ser provocado pelas pessoas, resultado: nenhum e nem outro. Estamos vivendo dias difíceis. Confesso que me aproximei muito da provocação no que tange a assuntos do cotidiano, violência, economia, educação, mas em nenhum momento vi um ou outro sujeito levantar a bandeira e gritar “deixa pra mim”. É, tenho um velho amigo, irmão de estrada que diz o seguinte, “assim como são as coisas, são as criaturas”, hehe. Não sem bem o que ele quer dizer com isso, mas sei que isso é o que ele diz em tempos de crise e quando não se consegue mirar novos heróis, ou, para não deixar alguém com muita moral e que não mereça, apenas um breve salvador. Ah, por falar em novos heróis, salvadores e afins, n’outro dia li um relato de alguém que assistiu como outros tantos o filme Tropa de Elite. Pois é. O camarada afirmou categoricamente que criticar o filme é coisa de esquerda e que não iria tardar os radicais esquerdistas iriam começar a bombardear o filme dizendo que só mostraram o lado ruim da comunidade carioca, drogas, violência e tals. Daí eu pergunto: precisa ser de esquerda para criticar alguma coisa, mesmo que essa coisa seja um filme? A propósito, eu sou um homem da esquerda, sou fiel às minhas ideologias e, no entanto acho que o filme é uma obra de arte, verdadeira e que, ao contrário do que alguns dizem, em momento algum tentou inventar um novo herói através do capitão Nascimento, que, aliás, de santo não tem nada. Ai, ai, e aqui vamos nós de novo, provocar para ser provocado e buscar constantemente a provocação para que esta se torne a ira de uma sociedade em torno da solução dos problemas comuns do povo.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Maxixe, a dança proibida

O maxixe foi a primeira dança urbana criada no Brasil. Surgiu nos forrós da Cidade Nova e nos cabarés da Lapa, Rio de Janeiro RJ, por volta de 1875. Conhecido como a “dança proibida”, era dançado em locais mal-vistos pela sociedade como as gafieiras da época que eram freqüentadas também por homens da sociedade, em busca de diversão com mulheres de classes sociais menos favorecidas. Considerado imoral aos bons costumes da época, além da forma supostamente sensual como seus movimentos eram executados foi perseguido pela Igreja, pela polícia, pelos educadores e chefes de família. Sua entrada nos salões elegantes das principais capitais brasileiras foi terminantemente proibida até que, em 1914, Nair de Tefé, primeira dama do país, esposa do então presidente Hermes da Fonseca, iria escolher um maxixe, o "Gaúcho" ou "Corta-jaca", de Chiquinha Gonzaga, para ser executado ao violão, nos jardins do Palácio do Catete, para escândalo de todo o país.
Mais tarde o maxixe estendeu-se aos clubes carnavalescos e aos palcos dos teatros de revista e enriqueceu-se com grande variedade de passos e figurações.

O Rio Grande x o Maxixe

A polêmica chegou ao Rio Grande do Sul e aos poucos começa a chegar também em Sant’Ana do Livramento. Grupos que em outros tempos valorizavam apenas os ritmos regionais, adotaram o Maxixe como fator diferencial em seus bailes e shows despertando a ira dos mais ferrenhos defensores da cultura pura do Estado proibindo de vez a participação de alguns artistas em algumas festas.